31 julho 2010

Ministra quer plano contra vazamento de óleo até setembro no Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, quer reativar a Lei 9966, de 2000, que dispõe sobre a prevenção, o controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional. A proposta é apresentar um plano nacional de contingência de derramamento de petróleo até setembro.

"No novo decreto queremos propor a união de esforços para enfrentar uma crise, equipar o Estado para agir e dar uma resposta imediata a um acidente ambiental de magnitude nacional na área do petróleo", disse a ministra.

A proposta foi discutida durante encontro da ministra, nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, com representantes de órgãos ligados ao meio ambiente, para discutir a prevenção de possíveis vazamentos de petróleo no País. Além de Ian Hernandez, engenheiro e diretor técnico da empresa que atua na gerência de crise do acidente da plataforma submersível Deepwater Horizon, que ocorreu no Golfo do México no dia 20 de abril, ela recebeu dirigentes da Petrobras, da Coordenação Geral de Petróleo e Gás do Ibama, do Ministério da Defesa (Marinha), da Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e da Agência Nacional de Águas (ANA).

A reunião desta sexta, segundo o ministério, dará base para outras discussões. Um encontro com o Ministério da Integração Nacional, a ser realizada no início da semana que vem, em Brasília, faz parte do trabalho para compor o decreto.

"O caminho do debate passa pelo entendimento das especificidades regionais. Tem que haver uma gestão unificada, mudar a cultura do brasileiro, fazer todos trabalharem, e ter mecanismos mais ágeis para a reparação de danos", afirmou Izabella.

A ministra disse ter ficado positivamente impressionada com a capacidade de resposta dos profissionais com quem se encontrou. Segundo ela, os técnicos presenciaram a mobilização e o modelo adotado para lidar com a crise americana. A intenção é adotar no País o mesmo modelo com adaptações para atender as demandas regionais brasileiras.

"Pude ver como eram os bancos de informações das áreas protegidas e coordenados no sistema de resposta ao acidente no Golfo do México. Temos que ter pessoas pensando no acidente e também formulando cenários para atuação, dedicadas a pensar situações criticas para a ação de respostas imediatas para a emergência. Levar-se em conta como lidar com o estresse e ações políticas efetivas é fundamental", disse Izabella.

Além do plano de contingência, as discussões em torno do assunto passaram pela legislação ambiental. "Vamos rever também o valor da multa hoje fixada em cinquenta milhões. Estamos debatendo esse valor, mas isso não faz parte do plano de contingência nacional", afirmou a ministra.

Entenda os riscos da exploração do petróleo

O professor Wilson Siguemasa Iramina, do curso de Engenharia de Petróleo da USP, diz que o verbo "economizar" é proibido no vocabulário de uma petrolífera.

"[A exploração de petróleo] É uma atividade de risco. A cada cinco poços, apenas um deve ter óleo e o gás. Os outros não produzem e não pagam o investimento. Todas as empresas têm que ter muito dinheiro para investir nisso", diz.

Para Zylbersztajn, o descuido nos investimentos em segurança da BP é consequência também das falhas na fiscalização do setor nos EUA. "O governo americano na era Bush afrouxou muito as regras e a fiscalização. No Brasil, a ANP faz uma fiscalização bem mais rígida", diz.

De acordo com o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, o acidente da BP representa um marco no mercado de petróleo, que passará a se preocupar ainda mais com a segurança na exploração.

"Qualquer exploração no mar daqui para a frente vai ficar muito mais cara. Primeiro porque as próprias seguradoras vão aumentar o seguro de plataforma.[...] Além disso, as próprias autoridades governamentais tendem a dificultar mais o licenciamento ambiental para explorar petróleo no mar, e a exigir equipamentos de maior grau de segurança. Isso tudo aumenta custos", afirma.

Apesar disso, ele afirma que a produção do óleo deve continuar a crescer, junto com a demanda pelo produto. "O grande desafio é descobrir como você aumenta a produção de energia com mais garantias ambientais, tendo menos acidentes e também emitindo menos gás carbônico", diz.

25 julho 2010

China ainda investiga explosão: acidente no porto de Dalian ocorreu durante limpeza de duto

Os primeiros detalhes sobre o maior vazamento de óleo já ocorrido na China foram divulgados nesta sexta-feira, ao mesmo tempo em que grupos de ambientalistas pressionavam o governo a fazer um esforço maior de alerta sobre riscos aos moradores das localidades próximas ao porto de Dalian, afirmando que há crianças brincando nas praias da região. Nesta sexta, o governo chinês não forneceu qualquer atualização sobre o trabalho de limpeza do óleo, nem sobre o tamanho da mancha negra que, segundo os últimos informes, tinha 430 quilômetros quadrados na região próxima a Dalian.

Segundo uma declaração divulgada nesta sexta-feira no site do Escritório Estatal de Segurança no Trabalho, a explosão ocorreu quando trabalhadores injetavam no oleoduto uma substância química para retirar resíduos sulfúricos do petróleo, logo após o descarregamento de óleo por um navio-tanque. A nota acrescenta que a explosão continua sendo investigada.

O oleoduto pertence à petrolífera estatal China National Petroleum Corp., maior produtora de petróleo e gás da Ásia em volume. De acordo com a agência oficial de notícias Xinhua, as operações petrolíferas foram retomadas no porto de Dalian.

O Ministério dos Transportes da China determinou a todos os portos do país que adotem um plano de emergência para responder a acidentes como o ocorrido em Dalian, o segundo maior porto da China, por onde escoam commodities como petróleo e minério de ferro.

22 julho 2010

Vazamento de petróleo ameaça vida marinha da China

O maior vazamento de petróleo conhecido na China já havia mais do que duplicado até hoje, fechando praias no Mar Amarelo e fazendo com que autoridades ambientais dissessem que o espesso petróleo bruto representa uma "severa ameaça" à vida marinha e à qualidade da água na região.

As pessoas que trabalham na limpeza das praias em Dalian não têm os equipamentos necessários, o que complica a realização da tarefa, embora 40 barcos para o controle do petróleo e centenas de barcos de pesca tenham sido enviados para a área.

"Estive em algumas baías hoje e vi que elas estão quase inteiramente cobertas de óleo", disse Zhong Yu, funcionária do grupo ambientalista Greenpeace, na China. O petróleo se espalhou por mais de 430 quilômetros quadrados em cinco dias, desde que um oleoduto no movimentado porto do nordeste do país explodiu.

Meios de comunicação estatais afirmam que não há mais vazamento no mar, mas não está claro qual foi a quantidade de petróleo que saiu do oleoduto. O Greenpeace China divulgou hoje fotografias de esteiras de palha de 2 metros quadrados no meio do vazamento, colocadas para absorver o óleo. Zhong disse que é difícil estimar o tamanho real do vazamento e dos danos que está causando.

Mas uma autoridade marítima da cidade de Dalian, onde o porto está localizado, já advertiu sobre os danos ambientais. "O petróleo representa uma severa ameaça aos animais marinhos, à qualidade da água e aos pássaros marinhos", disse Huang Yong, da Administração de Segurança Marítima Chinesa em Dalian.

21 julho 2010

China fecha porto devido a vazamento de petróleo

O porto de Dalian, um dos maiores da China, fechou na segunda-feira por causa da explosão de um oleoduto submarino, que provocou um grave vazamento de óleo, fez uma refinaria reduzir sua produção e obrigou os importadores a desviarem suas cargas para outros terminais.

O incêndio do fim de semana pode prejudicar também o embarque de minério de ferro e soja, além de gerar um debate na China sobre as regras ambientais - menos de uma semana depois das suspeitas de acobertamento das autoridades num vazamento tóxico numa mina de cobre no sul do país.

O incêndio começou na noite de sexta-feira, quando dois dutos explodiram durante o carregamento de um navio-tanque fretado pela estatal PetroChina.

Ninguém ficou ferido, mas centenas de bombeiros levaram mais de 15 horas para controlar as chamas, segundo a imprensa estatal. Cerca de 1.500 toneladas de petróleo vazaram no mar, deixando uma mancha com 183 quilômetros quadrados, dos quais 50 quilômetros quadrados de contaminação "severa".

Outros seis navios com capacidade para 12 milhões de barris (1,9 bilhão de litros) devem ser desviados para outros portos na Coreia do Sul ou China, segundo fontes do setor de navegação.

O porto petrolífero de Xingang, em Dalian, tem um depósito estratégico de 19 milhões de barris 2,27 bilhões de litros de petróleo - é um dos quatro grandes depósitos chineses já em operação. Ali funcionam também armazéns da CNPC e da PetroChina, com capacidade ainda maior.

Pontos de vazamento de gás são detectados em poço no golfo

A Casa Branca informou que foram detectados dois pontos de vazamento de gás no poço de petróleo do Golfo do México responsável pela maior tragédia ambiental dos Estados Unidos.

Na quinta-feira, a empresa British Petroleum (BP) havia estancado pela primeira vez o fluxo de óleo e gás no local. O vazamento começou a no final de abril após uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, a cerca de 80 quilômetros da costa da Louisiana.

Segundo o porta-voz do governo, Robert Gibbs, testes feitos na estrutura de contenção acusaram aspectos que exigem "atenção especial". O mais grave deles seria um ponto de vazamento localizado a 3 km da abertura principal do poço.

13 julho 2010

VAZAMENTO BP - AO VIVO


Acompanhe o vazamento de petróleo do poço da BP aqui no PortalTPG ao vivo.
Acesse agora a home page do blog, mas não esqueça de clicar na seta branca para o vídeo iniciar.


Até a próxima!

Novas tecnologias para o pré-sal contarão com R$ 100 milhões

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançou edital prevendo investimento de R$ 100 milhões no desenvolvimento de projetos realizados em sistema de cooperação entre empresas da cadeia do setor de Petróleo & Gás (P&G) e instituições de pesquisa científica e tecnológica que ofereçam soluções para os desafios tecnológicos gerados ou ampliados a partir das descobertas de reservas na camada do pré-sal.

A ideia é atender toda a cadeia produtiva do setor de Petróleo e Gás Natural (P&G), visando o fornecimento de bens e serviços para o setor de P&G. Os segmentos priorizados são: válvulas, conexões/flanges, umbilicais submarinos, caldeiraria, construção naval e instrumentação/automação ou outros que deverão ser especificados. Os projetos podem ser de desenvolvimento incremental de tecnologias maduras e/ou de desenvolvimento de tecnologias inovadoras.

A apresentação das propostas será dividida em duas etapas. Cada empresa ou grupo de empresas poderá apresentar mais de uma Carta de Manifestação de Interesse no âmbito deste edital, entretanto, cada "PROPOSTA" obrigatoriamente estará vinculada a apenas um dos segmentos. O valor mínimo das propostas deverá ser de R$ 1 milhão, incluindo as bolsas de estudo e pesquisa. O aporte de recursos de contrapartida da empresa é obrigatório, podendo ser financeiro e/ou não financeiro - economicamente mensuráveis.

Tamanho da mancha do vazamento


Comparativamente, digamos que o tamanho proporcional à mancha de petróleo do vazamento do poço da BP, seria esta área escura no mapa a cima, que hoje (13/07/2010) abrangeria o Rio de janeiro, parte do interior de São Paulo e parte do interior de Minas Gerais, realmente assombroso, porém notícias de hoje informam que a BP está tentando mais uma vez, obstruir a saída do petróleo.

Para que você possa ter uma idéia do tamanho do vazamento em outras cidades, clique aqui e verifique. Não esqueça que a mancha cresce a cada dia e o que você for ver hoje, não será o mesmo de amanhã.


Abraços!

O petróleo é nosso, mas não os equipamentos

O petróleo é nosso, porém os equipamentos que ajudam a extraí-lo em geral não o são, como mostrou o levantamento que fizemos em nossa edição de ontem.

Cada país tem uma atividade-chave que impulsiona o setor industrial. No Brasil, nos últimos anos, esse papel foi desenvolvido pela construção civil, que apresentou no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2009, um crescimento de 14,5%, ante 9% do PIB.

Poder-se-ia pensar que os grandes investimentos da Petrobrás, calculados em US$ 40 bilhões por ano, dariam a essa empresa o papel de impulsionar a indústria. Mas não é o que se verifica, pois a Petrobrás vem exibindo uma balança comercial deficitária em virtude das suas encomendas de equipamentos no exterior. Na década de 80, a Petrobrás tinha um papel mais importante do que hoje nas compras à indústria nacional.

Sem dúvida, a Petrobrás se destaca no mundo pela exploração de petróleo em águas profundas, desenvolveu uma tecnologia toda especial e formou técnicos especializados nesse tipo de exploração.

No entanto, parece ter-se esquecido de estimular a indústria nacional no fornecimento dos equipamentos necessários a essa atividade.

Governo dos EUA emite nova proibição a perfurações em alto mar

O Departamento do Interior norte-americano emitiu oficialmente nesta segunda-feira uma nova moratória para as perfurações petrolíferas em alto mar, alegando que estará vigente até 30 de novembro ou mais cedo e que não será mais baseada na profundidade das águas.

"A mais de 80 dias do vazamento de petróleo da BP, é essencial e apropriada uma pausa nas perfurações em águas profundas para proteger a comunidade, as costas e a vida silvestre dos riscos que atualmente oferecem", disse em comunicado o secretário do Interior, Ken Salazar.



Petrobras oficializa início de extração de petróleo no campo de Baleia Franca

Para marcar a produção de petróleo do pré-sal no campo de Baleia Franca, no Espírito Santo, a Petrobras realizará nesta quinta, dia 15, uma solenidade a bordo da plataforma FPSO Capixaba e no aeroporto de Vitória. O evento terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A produção de óleo no local, que fica numa área conhecida como Parque das Baleias, começou no dia 29 de maio. Na região, também há o campo de Cachalote, que já produz petróleo. Para antecipar a extração, foi feita uma adaptação na planta de processo da plataforma, o que tornou viável a instalação no Parque das Baleias.

Até o fim do ano, está prevista a interligação da plataforma a nove poços nos dois campos. O pico de produção está programado para ocorrer em dezembro, com expectativa de volume de 100 mil barris de óleo por dia.

Também a respeito da camada do pré-sal, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou nessa segunda, dia 12, que os testes feito no poço de Franco, na Bacia de Santos, indicaram vazão de 50 mil barris por dia.

Produção em Franco pode atingir 50 mil barris diários de petróleo

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou nesta segunda-feira que o potencial de produção do poço denominado Franco, na Bacia de Santos, é de 50 mil barris diários de petróleo, um volume considerado elevado pela indústria.

O poço de Franco foi o primeiro perfurado pela Petrobras a mando da ANP, com o objetivo de selecionar uma área que será concedida pelo governo à estatal em troca de ações da empresa, na capitalização prevista para setembro.

- É um volume bem expressivo, elevado, e é importante saber isso porque sinaliza que os custos podem ser menores, porque vão precisar perfurar menos poços - explicou um analista que não pode se identificar por conta da operação de capitalização da Petrobras.

O recorde de produção no momento no Brasil é de um poço na Bacia de Campos, no qual a Petrobras produz 43 mil barris diários.

A ANP já havia informado preliminarmente que o poço Franco tem reservas recuperáveis de 4,5 bilhões de barris de petróleo. A autarquia disse também que outro poço perfurado pela Petrobras a mando da agência, chamado Libra, poderia ter reservas ainda maiores.

UE estuda restringir exploração de petróleo em alto mar

A União Europeia pode estudar a adoção de um limite de profundidade para a exploração de petróleo no oceano em reação ao vazamento em um poço da BP no golfo do México, disse neste sábado o comissário europeu de Energia em entrevista ao jornal La Stampa.

Guenther Oettinger afirmou ainda ao periódico italiano que o bloco de 27 países pode avaliar a necessidade de criar uma outra agência para supervisionar a exploração de petróleo no mar, além da Agência Europeia de Segurança Marítima.

"Uma decisão poderia ser determinar que você não pode ir além de certa profundidade X. Outra seria dar um limite de tempo para as licenças de exploração", disse.

Alguns equipamentos de perfuração são muito velhos e é preciso um padrão para modernizá-los, acrescentou.

Segundo o La Stampa, Oettinger vai se encontrar com executivos europeus do setor de petróleo na quarta-feira para discutir regras de perfuração e segurança.

Oettinger repetiu sua sugestão por uma moratória de novos alvarás de exploração até que novas regras de segurança estejam em vigor. Ele não estipulou um prazo, mas disse: "Queremos poder reunir um catálogo de possíveis consequências para cada novo poço. E queremos isso neste ano".

Nos Estados Unidos, o governo declarou uma moratória na perfuração em alto-mar para dar tempo a uma comissão para apurar as causas do vazamento de petróleo no golfo do México. Um tribunal federal, no entanto, suspendeu a proibição. O Executivo recorre da decisão.

BP instala novo dispositivo para conter vazamento de petróleo

A BP anunciou, nesta segunda-feira, ter instalado com sucesso um dispositivo para tentar capturar o óleo que continua vazando no poço do Golfo do México.

A empresa disse esperar que o equipamento consiga recolher o óleo antes que ele vaze para o mar.

Segundo a empresa, no entanto, este tipo de dispositivo nunca foi usado em grandes profundidades e a "sua eficiência e capacidade de conter o petróleo e o gás não podem ser garantidas".

A BP também está perfurando mais dois poços para interceptar e interromper o vazamento permanentemente. O primeiro deles deve ficar pronto em agosto. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

09 julho 2010

Cade aprova compra da rede Texaco pelo grupo Ultra

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, 7, por unanimidade, a compra da rede de combustíveis Texaco no Brasil pelo grupo Ultra. Com a aquisição, formalizada em agosto de 2008 no valor de R$ 1,161 bilhão, os postos passam a usar a bandeira Ipiranga durante um período específico, de acordo com a região do País. Os conselheiros, no entanto, condicionaram o negócio à assinatura de um Termo de Compromisso de Desempenho (TCD).

O TCD indica que, em alguns casos específicos, a multa contratual, geralmente paga pelo dono de posto que não queira permanecer com a bandeira contratada inicialmente, não seja aplicada no caso de o primeiro não querer trabalhar com a nova bandeira. Esses casos específicos foram apontados inicialmente em um total de 54 municípios onde se constatou a existência de monopólio ou concentração superior a 60% do mercado, após o negócio. Um segundo filtro, porém, foi passado, indicando dificuldade de entrada de outra distribuidora, diminuindo este número para 17 cidades. No total, foi avaliada a situação de cerca de 2 mil municípios.
O Grupo Ultra adquiriu participações societárias da Chevron Brasil e da Galena. Com isso, toda a revenda de combustíveis Texaco do Brasil passa a ser do Grupo Ultra. A compra consiste no licenciamento das marcas da família Texaco por três anos nas regiões Sul, Sudeste e, de cinco anos, nas regiões, Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A bandeira Texaco está presente em 1.986 postos em todo o País.

Sonegação no setor de petróleo

Manobras contábeis das concessionárias que operam nos campos de exploração do Rio e Espírito Santo ajudaram o Repetro, regime que suspende tributos para bens usados no setor petrolífero, a se tornar a maior renúncia fiscal de comércio exterior do país. Desde que a Receita Federal identificou o problema e começou a apertar o cerco, há um ano, foram vetados pedidos de alíquota zero pelo setor que representariam cerca de R$ 1,6 bilhão em impostos não recolhidos. Para fugir do tributo, as concessionárias que alugam navios de apoio criaram alguns artifícios, como uma operação triangulada, em que contratam uma empresa nacional para operar o navio estrangeiro, ao mesmo tempo em que alugam este mesmo navio de uma empresa estrangeira, pagando geralmente todo o custo envolvido para contas em paraísos fiscais.

Concentrado no Rio - estado responsável por cerca de 80% da produção de petróleo do país - e no Espírito Santo, o Repetro responde por 20% da renúncia fiscal no setor de comércio exterior brasileiro. Empresas sem status de EBN (empresa brasileira de navegação), ilegitimidade dos pedidos (empresas que não têm relação direta com a prestação do serviço), serviços contratados fora da abrangência do Repetro (que cobre apenas a exploração ou lavra de petróleo) e equipamentos de embarcações que já não operam no país (portanto, não beneficiadas pelo regime especial) estão na lista de irregularidades detectadas pela Receita. No entanto, são os contratos triangulados que envolvem os maiores volumes de recursos livres da tributação.

08 julho 2010

ANP quer punição maior à Petrobrás por queima de gás

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) decidiu estudar medidas para conter o desperdício de gás natural nas plataformas da Petrobrás. Em reunião realizada anteontem, a direção da agência aprovou uma consulta pública para estabelecer novas regras na cobrança de participação especial sobre o gás queimado. A ideia é aumentar os custos da empresa com o combustível não vendido ao mercado consumidor.

A queima de gás se tornou um problema relevante nos últimos meses, por causa do crescimento da produção sem aumento correspondente no mercado consumidor. Em 2009, o Brasil atingiu níveis inéditos de queima, com a média de 9,38 milhões de metros cúbicos por dia, volume equivalente ao consumo do Estado do Rio. No primeiro trimestre deste ano, a queima foi reduzida a uma média de 7,49 milhões de metros cúbicos por dia.

Como a maior parte do gás brasileiro é extraída junto com o petróleo, a Petrobrás é obrigada a produzir o combustível se quiser ampliar suas vendas de óleo. Como não tem mercado suficiente para vender gás, queima ou reinjeta o combustível nos poços - no ano passado, 11,92 milhões de metros cúbicos foram injetados, em média, por dia. Esse gás, porém, pode ser reaproveitado no futuro.

07 julho 2010

Rio se prepara para o primeiro round na briga pelos royalties do petróleo

O governo do Rio já começou a se municiar para uma eventual briga na Justiça, caso o projeto de lei que muda a distribuição de royalties do petróleo seja aprovado no Congresso Nacional e não seja vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira ação nesse sentido foi encomendar ao procurador do estado Luís Roberto Barroso um parecer sobre a proposta, já aprovada na Câmara dos Deputados. O documento, entregue nesta terça-feira à Procuradoria-Geral do Rio, defende a tese de que as mudanças são inconstitucionais. O estado e suas cidades podem perder R$ 7 bilhões ao ano com a redistribuição da renda do petróleo, inclusive das áreas já licitadas, entre as 27 unidades da federação.

Atualmente, recebem royalties os estados e municípios produtores, os que estejam próximos a eles ou ainda que tenham instalações da indústria petrolífera (oleoduto, por exemplo). A emenda que muda a distribuição faz parte do projeto em fase final de tramitação na Câmara - já passou pela Casa e pelo Senado. No texto, que trata do Fundo Social e do sistema de partilha, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) inseriu uma emenda que prevê a divisão igualitária dos royalties a estados e municípios. Simon adotou o mesmo procedimento do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que apresentou a polêmica Emenda Ibsen.

05 julho 2010

FMC constrói unidade no Parque Tecnológico do Rio

A americana FMC, maior fornecedora de equipamentos para produção de petróleo do mundo, tornou-se a terceira grande empresa internacional a iniciar a construção de um centro de pesquisas no Brasil, dentro do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O centro vai empregar 300 engenheiros. A pressa é tanta que a empresa iniciou a obra na sexta-feira, dia do jogo Brasil e Holanda, embora o contrato com a universidade só deva ser assinado amanhã. A razão da pressa é o pré-sal.