23 junho 2010

Depois do Golfo, a BP quer explorar petróleo no Brasil

Pois então, é assim: enquanto a Jabulani corre faceira pelos gramados da África do Sul nesta Copa do Mundo de Futebol de 2010, notícias das mais surpreendentes aparecem assim de mansinho. E quase passam despercebidas. Um exemplo ignorado pela grande mídia impressa gaúcha: a agência de notícias Reuters, dia 16 deste mês, envia telegrama desde Londres.

E o que diz, de algum interesse para gaúchos e brasileiros? Era, apenas, a confirmação de um negócio no valor de sete bilhões de dólares entre a British Petroleum (BP) e a empresa petroleira norte-americana Devon Energy. Pelo acordo, a BP compraria ativos da Devon e iria explorar blocos de petróleo no Brasil. Mais especificamente: nas bacias de Campos e do Parnaíba.

Ora, todos sabemos: esta BP é a responsável direta pelo maior desastre ambiental na História dos EUA, onde vazam milhares de barris de petróleo desde o dia 20 de abril deste ano, atingindo uma vasta área do litoral do Golfo do México com a morte da vida marinha e o desemprego forçado de milhares de pescadores norte-americanos.

Petrobras anuncia nova descoberta de petróleo

A Petrobras anunciou ontem (22/06) uma nova descoberta de petróleo em águas profundas na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro.

Em comunicado, a empresa precisou que a reserva se localiza no campo de Albacora Este, que a Petrobras opera em colaboração com a companhia espanhola de hidrocarbonetos Repsol.

Os indícios de petróleo descobertos estão a 130 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro e se encontram a 4.536 metros de profundidade.

Segundo as estimativas preliminares da companhia, o petróleo encontrado é leve e de boa qualidade, mas é necessário realizar uma nova perfuração para avaliar o volume e a produtividade, assim como a possibilidade de aproveitar a infraestrutura disponível nesse bloco sem fazer novos investimentos.

No dia 4, a Petrobras anunciou o achado de uma nova reserva de petróleo de 29 graus na escala API, também na Bacia de Campos, no litoral sudeste, onde se concentra 90% do petróleo brasileiro.

Nessa ocasião, a empresa calculou que o volume recuperável equivalia a cerca de 380 milhões de barris.

A Petrobras é uma das petrolíferas de maior crescimento no mundo, produz uma média de 2,5 milhões de barris de petróleo e gás natural por dia no Brasil e nos campos que explora no exterior.

Navio derrama 400 barris de petróleo em rio peruano

Pelo menos 400 barris de petróleo transportados por uma embarcação do consórcio argentino Pluspetrol foram derramados no rio Marañón, na região amazônica peruana, informou a empresa nesta segunda-feira.

"Vazaram em torno de 400 barris", disse à AFP Robert Falcón, chefe regional do sistema de Defesa Civil, ao afirmar que ocorreu um problema de contaminação de magnitude ainda não determinada.

Daniel Guerra, porta-voz da Pluspetrol, confirmou a cifra do derramamento e disse à rádio RPP que a empresa aplicou o plano de contingência na região do derramamento.

A embarcação, que transportava 5.000 barris de petróleo e estava ancorada no porto de San José de Saramuro, na região de Loreto, 1.000 km ao nordeste de Lima, sofreu uma fratura no casco devido a causas que estão sendo investigadas.

A empresa enviou com urgência pessoal especializado para mitigar os danos que podem ter sido produzidos, afirmou Guerra, completando que o vazamento já foi controlado.

O chefe da Defesa Civil declarou que "é um fato que produziu poluição" das águas do Marañón e assegurou que haverá cuidado especial para proteger a saúde de membros das comunidades nativas que habitam essa região amazônica, normalmente vivendo da pesca.