20 agosto 2010

Um pré-sal de dúvidas é o que afunda Petrobras


A bolsa ontem foi contaminada pelo mau humor externo - o Ibovespa cedeu 1,11%, a 66.887 pontos -, mas o choque veio mesmo da Petrobras. Um pré-sal de dúvidas, conforme bem definiu um gestor de fundos, continua pesando sobre as ações da companhia. As preferenciais (PN, sem voto) perderam 3,25%, cotadas a R$ 26,78, e as ordinárias (ON, com voto), menos 3,65%, a R$ 30,36.

A possibilidade de novo adiamento da capitalização para 2011 e o risco de o preço do barril de petróleo do pré-sal ficar muito acima dos US$ 5 a US$ 6 esperados pelo mercado afastaram os investidores. Tanto que as PNs de Petrobras lideraram o giro financeiro ontem, com R$ 712,5 milhões. As ONs movimentaram mais R$ 178,6 milhões. O volume total da bolsa foi de R$ 5,304 bilhões.

Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", a certificadora contratada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) teria avaliado o barril entre US$ 10 e US$ 12. Esse preço, na visão do gestor da Victoire Brasil Investimentos, André Caminada, está acima da expectativa do mercado e é considerado alto para os riscos que cercam a extração do óleo no pré-sal. "Mas, minha percepção é que o preço de US$ 5 a US$ 6 ficou barato demais."