03 agosto 2010

BP inicia operação de vedação definitiva do poço no Golfo do México

A BP iniciou nesta terça-feira a operação de vedação definitiva de seu poço danificado no Golfo do México após concluir com sucesso os testes prévios.

O objetivo da empresa é frear um vazamento que já despejou 4,9 milhões de barris de petróleo no mar.
O porta-voz da BP, John Barnes, confirmou em comunicado que as equipes que trabalham na vedação começaram a operação por volta das 18h (hora de Brasília).
A operação consiste em empurrar o petróleo do poço para seu local de origem por meio da injeção de cimento e lama pesada. Caso não haja contratempos, o poço pode ser vedado ainda nesta semana.

A BP iniciaria ontem os testes prévios à operação, mas adiou seus planos depois de descobrir um pequeno vazamento hidráulico em um dos sistemas de controle.
O coordenador do Governo americano na luta contra o vazamento, o almirante da reserva Thad Allen, disse hoje em entrevista coletiva em Houston que as equipes conseguiram interromper o vazamento e começaram os testes por volta das 16h de Brasília.

Petróleo sobe e registra maior preço desde 4 de maio

O petróleo para entrega em setembro fechou em alta de US$ 2,39, ou 3,03%, em US$ 81,34 por barril na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês). Trata-se do preço de ajuste mais elevado da commodity desde 4 de maio. No plataforma ICE, o contrato de petróleo tipo Brent fechou em alta de US$ 2,64, ou 3,37%, a US$ 80,82 o barril.

O preço do petróleo acompanhou a alta de outras commodities e dos mercados de ações pelo mundo, beneficiados pelo fato de os indicadores de manufatura dos Estados Unidos, da zona do euro e do Reino Unido terem vindo todos melhores que o esperado pelos analista.

Os dados aumentaram a confiança dos investidores com relação à continuidade da recuperação econômica global depois de semanas de sinais mistos. Um otimismo parecido com o atual em relação à demanda futura por commodities dobrou o preço do petróleo em 2009, apesar de as diversas incursões acima dos US$ 80 por barril a partir de outubro do ano passado terem sido breves.

"Estamos retornando ao ponto onde estivemos em 2009, de primeiro comprar as commodities e depois fazer perguntas", observou Phil Flynn, analista da PFGBest.

O petróleo teve alta porcentual maior do que a de outras commodities. O cobre, por exemplo, subiu 2,4% na divisão de metais da bolsa mercantil de Nova York e o índice industrial Dow Jones fechou em alta de 1,99%. O dólar, considerado um "porto seguro" por investidores temerosos quanto à estabilidade da economia global, atingiu hoje seu nível mais baixo ante o euro desde 4 de maio. A moeda comum europeia chegou a ser transacionada a US$ 1,3196.

Na opinião de Tony Rosado, da GA Global Markets, o barril do petróleo precisa passar dos US$ 82,50 antes de se poder dizer que a faixa de US$ 70 a US$ 80 ficou para trás. E o fato de ter terminado a sessão acima de US$ 80 por barril nesta segunda-feira já é um bom começo, acredita ele.

No entanto, os estoques norte-americanos de petróleo ainda têm potencial de reverter os avanços recentes. O nível das reservas estratégicas encontra-se bem acima da média apesar de meses seguidos de aquecimento econômico.

Lula sanciona projeto que cria estatal do pré-sal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira o projeto de lei que cria a Pré-Sal Petróleo S.A, estatal que irá gerenciar os contratos de exploração de petróleo na camada do pré-sal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). Os membros da diretoria executiva da estatal serão nomeados pelo Presidente da República, por indicação do MME.

O projeto de lei foi aprovado sem vetos. Ou seja, foi mantido na íntegra o texto enviado pelo Senado. A lei deverá ser publicada na edição de amanhã do Diário Oficial da União (DOU).

A Pré-Sal Petróleo vai monitorar as atividades sob o regime de partilha do petróleo e gás da camada pré-sal, inclusive participando dos consórcios que se apresentarem (tendo sempre a Petrobras como participante) para disputar a exploração de áreas do pré-sal. Entretanto, ela não participará diretamente das atividades de exploração e produção e nem da venda do petróleo.