21 junho 2010

Site aponta demanda do setor, de arruelas a cabeças de poço

Ao longo dos próximos seis meses, a indústria brasileira de petróleo e gás vai precisar de 142 mil toneladas de tubos de aço, 211 âncoras, 66 caldeiras, 50 cabeças de poço e 41 guindastes. Mas também terá de arranjar 224 mil arruelas, pouco mais de 1,3 milhão de parafusos e quase 1,7 milhão de porcas. Esses e outros 200 itens são listados no Portal de Oportunidades do Prominp, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural. No site, empresas de todos os tamanhos podem conferir quais são as demandas do setor de hoje até 2014.

Além de capacitar dezenas de milhares de trabalhadores, o Prominp também tem o objetivo de garantir a participação massiva de empresas brasileiras na expansão da indústria petroleira nacional. O processo pelo qual um fornecedor tem de passar para vender produtos e serviços a empresas como a Petrobras não é simples nem barato, mas os números mais recentes sugerem que os empresários brasileiros estão chegando lá. Do total de US$ 31,2 bilhões investidos pela estatal em projetos no Brasil em 2009, US$ 23,5 bilhões – 75% do total – foram encomendados à indústria local. Essa taxa supera com folga o índice de 57% de conteúdo nacional de 2003 e também a meta do governo federal, de 65%.


Uma das fornecedoras paranaenses da Petrobras é a Renner Protective Coatings. Instalada na Cidade Industrial de Curitiba, a empresa produz tintas anticorrosivas e de alto desempenho, ideais para embarcações e equipamentos industriais. A julgar pelos números do Prominp, os 150 trabalhadores da fábrica terão trabalho de sobra nos próximos anos: a indústria de óleo e gás vai demandar cerca de 33,4 milhões de litros de tintas de julho de 2010 até dezembro de 2014. O problema, segundo a empresa, é que o Paraná estaria ficando para trás na guerra fiscal já deflagrada por estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Isso já limita a nossa competitividade”, diz Roberto Henrique Ritter, diretor geral da Renner. Em fevereiro, o governo paranaense reduziu de 12% para 3% a alíquota de ICMS para o setor naval e coligados, mas, segundo Ritter, essa mudança não tem sido aplicada às vendas da empresa para outros estados.

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