26 maio 2010

Coppe alerta para medidas de segurança antes de explorar pré-sal


Antes de começar a explorar mais intensamente o petróleo na região pré-sal, o Brasil deveria tomar iniciativas para evitar que ocorram vazamentos descontrolados como o da British Petroleum (BP), no Golfo do México, alertaram professores da Coppe/UFRJ em debate nesta terça-feira.

Deixando claro que explorar o pré-sal é inevitável, pela demanda cativa que ainda existe no mundo por pelo menos os próximos 30 anos, o coordenador do evento, professor Segen Estefen, alertou que a indústria do petróleo "ficou nua" com o acidente da BP, e que os cuidados que vinha tomando para evitar acidentes não eram suficientes.

"Não devemos ter medo de desafios como o do pré-sal, mas o desafio mostrou que é real e a indústria está vulnerável", afirmou Estefen no auditório do Centro Tecnológico da Coppe, que reúne cursos de pós-graduação em engenharia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Ele lembrou que quanto mais profunda e mais longe da costa está uma área petrolífera mais riscos tem a operação, e no caso do pré-sal da bacia de Santos, atualmente em Teste de Longa Duração do campo de Tupi, é preciso repensar se é possível utilizar no local os mesmos equipamentos usados em outras operações.

"A profundidade está associada à taxa de falha do BOP (Blow Out Preventer), que se mostrou insuficiente no caso da BP para evitar o vazamento. Toda a indústria achava que ele bastava, mas não bastou", explicou Estefen sobre o equipamento instalado nos poços de petróleo para garantir a segurança em caso de vazamento e que não evitou o derramamento de óleo na parte norte-americana do Golfo.


"Vamos enfrentar uma situação muito mais drástica no pré-sal, precisamos de equipamentos mais efetivos do que o BOP atual", reforçou.

Estefen ressaltou que a 300 quilômetros da costa o mar tem condições mais adversas que o normal, e que a simples transferência de petróleo da plataforma para um navio aliviador estará sujeita a maiores riscos que em campos mais tranquilos.

Ele destacou também a necessidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e de Biocombustíveis (ANP) e do Ministério de Meio Ambiente criarem um órgão de prevenção de risco, e que seja pensado um equipamento que tampe imediatamente o poço em um caso como o da BP, que há 35 dias espalha petróleo na costa norte-americana por não conseguir fechar o poço.

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