17 maio 2010

BP diz que vazamento deve ser contido em uma semana nos EUA

A British Petroleum conseguiu colocar durante a madrugada deste domingo um tubo na fenda a cerca de 1,6 mil m de profundidade, e capturar petróleo e gás, que foi conduzido à embarcação Discoverer Enterprise. Segundo a empresa, o vazamento deve ser contido permanentemente em cerca de uma semana.

A empresa inseriu um tubo na principal saída de petróleo no solo do Golfo do México ao mesmo tempo em que foram descobertas enormes colunas de petróleo sob a superfície que ameaçam a vida marinha. "Por enquanto, está funcionando muito bem," disse o vice-presidente executivo sênior, Kent Wells, a repórteres durante uma coletiva na sede da BP, em Houston, nos EUA.


O petróleo tem jorrado, sem controle, para o mar de um poço subterrâneo que se rompeu no Golfo do México, a cerca de 1,6 km de profundidade, ameaçando se transformar uma calamidade ambiental e econômica na costa dos EUA, ao longo do Golfo. Depois que outras tentativas de conter o vazamento falharam, a BP conseguiu inserir novamente o tubo no poço, disse a empresa em comunicado.

O navio conectado ao tubo é capaz de separar o petróleo, a água e o gás, armazenar o óleo recolhido e queimar o gás. No entanto, o mecanismo parou de funcionar quando o tubo saiu de seu lugar ao enredar-se alguns dos cabos usados na operação, a primeira realizada a essa profundidade.

Desde sexta-feira a BP estava tentando pôr o tubo na principal fonte de petróleo, com o qual pretende capturar três quartos do vazamento. O encanamento, de uns 10 cm de diâmetro, está sendo colocado por robôs submarinos, os quais também instalarão um sistema para injetar metanol na fuga. O objetivo é prevenir a formação de cristais de gás, que poderiam impedir o fluxo dos hidrocarbonetos para a superfície.

A BP também está usando produtos químicos na fonte do petróleo para diluí-lo em pequenas gotas, o que facilita sua absorção por microorganismos marítimos. Doug Suttles, chefe de operações da companhia, disse no sábado em entrevista coletiva que o procedimento "parece estar funcionando", já que se reduziu o volume de petróleo na superfície.

No entanto, um grupo de cientistas afirmou hoje que esse procedimento pode ter dado lugar a enormes colunas de petróleo que se encontram sob a superfície do Golfo do México, ao atrasar a ascensão do petróleo à superfície. As colunas não são visíveis nas imagens de satélite que o governo para usou para avaliar o volume de petróleo que sai do poço, o que poderia indicar que o vazamento é maior que o calculado oficialmente.

Uma dessas acumulações de petróleo tem uma extensão de 16 km de comprimento por 5 km de largura, segundo os especialistas, que trabalham desde a embarcação de investigação Pelican. O nível de oxigênio em algumas áreas próximas às colunas caiu em 30% e segue descendo, de acordo com seus cálculos, o que põe em perigo a vida marinha da região.

O óleo escapa para o Golfo do México desde o dia 20 de abril, quando uma explosão destruiu a plataforma petrolífera Deepwater Horizon e matou 11 trabalhadores. O governo dos Estados Unidos calcula que saem uns cinco mil barris de petróleo por dia do poço, mas alguns cientistas que analisaram as imagens do vazamento asseguram que o volume real poderia encontrar-se entre os 25 mil e 80 mil barris diários.

Além da fuga principal existe uma fonte secundária no solo marinho pela qual sai uma quantidade menor de petróleo e da qual a BP se ocupará posteriormente. Ao mesmo tempo, a companhia está perfurando um poço alternativo para pôr um fim permanente ao problema, mas que ainda demorará meses para ser terminado.

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