26 abril 2010

Robôs submergíveis tentam parar fuga de petróleo no golfo do México

Depois de o mau tempo do fim- -de-semana ter adiado a operação, a petrolífera britânica BP enviou ontem robôs submergíveis para tentar travar a fuga de petróleo de uma plataforma que se afundou no golfo do México após uma explosão. O objectivo é impedir que do poço continue a sair o equivalente a mil barris por dia. Caso a operação, que deverá durar de 24 a 36 horas, não seja bem-sucedida, os ambientalistas já alertam para o perigo de uma catástrofe ambiental.

Até agora, as condições atmosféricas mantiveram a mancha de petróleo afastada da costa dos Estados Unidos. Mas, caso os ventos e as marés mudem, o crude pode ameaçar praias, ilhas e pântanos.

A BP, terceira maior petrolífera do mundo, admite que esta operação é "a primeira do género". Os submarinos, equipados com câmaras e com braços controlados à distância, vão tentar abrir uma válvula que bloqueia a saída do poço de petróleo, a 1500 metros de profundidade, parando a fuga. Mas Doug Suttles, chefe de operações da BP, admitiu à BBC que esta é "uma tarefa extremamente complexa". E se falhar, a petrolífera terá de optar por uma solução alternativa que passa por fazer um segundo furo que iria interceptar o primeiro poço. Além da dificuldade inerente a esta segunda opção, os responsáveis da petrolífera britânica alertaram desde já que a operação poderá demorar vários meses a ser realizada.

A guarda-costeira americana falava ontem numa mancha de petróleo com 32 km2, avistada pelos helicópteros. No local encontravam-se mais de 30 navios de limpeza e alguns helicópteros que iam lançando um líquido especial para espalhar e tentar dissolver o petróleo que flutuava à superfície.

Antes do acidente, a plataforma Deep Water Horizon continha 2,6 milhões de litros de petróleo e extraía oito mil barris por dia, ou seja, o equivalente a 90 mil litros. A plataforma estava a explorar petróleo ao serviço da BP a 84 quilómetros da costa do estado americano da Luisiana. Na terça-feira, a plataforma sofreu uma forte explosão, sendo consumida pelas chamas nas 36 horas seguintes, antes de se afundar.

Dos 126 trabalhadores da plataforma, 17 ficaram feridos, quatro deles em estado grave, e 11 continuam desaparecidos.

Inicialmente, os robôs enviados para o fundo do mar não conseguiram encontrar qualquer fuga, mas no sábado detectaram dois sítios por onde o petróleo se estava a escapar. A investigação às causas da explosão prossegue com a BP a colaborar com as autoridades dos Estados Unidos.

Em 2009, a petrolífera britânica já havia sido condenada a uma multa de 87 milhões de dólares por não conseguirem melhorar as condições de segurança numa refinaria do Texas onde ocorrera uma explosão que matou 15 funcionários.

As últimas inspecções realizadas à Deep Water Horizon não revelaram qualquer problema.

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