04 maio 2010

Ex-executivos da Petrobras e Repsol criam petrolífera

Na onda de crescente interesse pela atividade de exploração e produção de petróleo no país, uma nova empresa surge com apetite para ocupar um espaço hoje frequentado por poucas de médio porte. Depois da OGX, Starfish (hoje controlada pela Sonangol) e HRT, só para citar as mais novas no setor, nasce a Barra Energia Petróleo e Gás, administrada pelo ex-presidente da Repsol YPF, João Carlos França de Luca, e pelo ex-presidente da Thompson & Knight nos Estados Unidos e da Petrobras América, Renato Bertani. E a empresa já ganhou um financiador de grande porte, o First Reserve Corporation (FRC). Vai participar com até US$ 500 milhões de investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país.

O prazo para desembolso dos US$ 500 milhões pelo FRC vai depender da velocidade com que as oportunidades surgirem, explica De Luca. Will Honeybourne, diretor geral do First Reserve Corporation, fala da atração pelo Brasil. "Vemos uma economia forte, um regime regulatório estável, um bom acesso à infraestrutura e também um país rico em recursos naturais relativamente inexplorados", disse. Ele elogiou a estabilidade das regras estabelecidas nos contratos de áreas do pós-sal.

A Barra Energia já está procurando ativos para investir. Sem previsão de quando vai acontecer a 11º leilão de áreas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a única forma da companhia entrar no setor será por meio de uma aquisição como a BP fez com a Devon ou, outra possibilidade, seria entrar como sócia em ativos operados por outras companhias. Foi o caso da HRT, que se associou à Petra Energia e M&S Brasil (antiga Oil M&S) para juntas explorarem áreas consideradas "nova fronteira" na bacia do Solimões.

De Luca adianta apenas que já está conduzindo várias conversas para "identificar oportunidades" e que a Barra tem um plano de negócios com foco em áreas em terra e águas rasas. As bacias que interessam à nova companhia são as de Espírito Santo, Sergipe Alagoas e Recôncado. Áreas de fronteira como a bacia de Solimões estão fora do leque.

"Queremos formar um portfolio balanceado. Achamos que podemos aportar conhecimento e novas tecnologias a empresas estabelecidas no Brasil", diz De Luca.

Renato Bertani, por sua vez, explica que a Barra está tentando repetir uma fórmula que foi muito bem sucedida no passado que é a de montar um time de alta qualidade que traz novas ideias e busca identificar oportunidades para implantar novos conceitos no setor. "Queremos aportar conhecimento de exploração e produção em bacias já exploradas. Achanmos que poderemos ser muito bem sucedidos", diz Bertani. Entre os executivos que formarão a Barra também estão Luciano Chagas, de exploração, e o engenheiro de reservatórios Abelardo Sá, ambos aposentados da Petrobras.

O First Reserve administra três fundos de investimentos em ações que somam US$ 19 bilhões em ativos no setor de energia. O aporte será feito pelo Fundo 12 do First Reserve, que tem reservados US$ 9 bilhões para investimentos, dos quais 60% (equivalentes a US$ 5,4 bilhões), estão livres para serem aplicados no setor de petróleo.

Os fundos especializados em energia controlados pelo FRC têm participação acionária em 33 empresas que operam em setores que vão desde a energia solar, prestação de serviços como a ancoragem de barcos em águas profundas, exploração e produção, infraestrutura e gasodutos, só para citar alguns. No Brasil, o grupo é sócio de três empresas: CHC (operadora de helicópteros), DOF Subsea e Acteon, que controla a Fluke Engenharia.

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