31 março 2010

Brasil precisa formar mão de obra especializada em petróleo e gás de forma acelerada

A formação de engenheiros, técnicos e operários para a exploração de petróleo e gás é o grande desafio brasileiro para o aproveitamento das novas reservas descobertas na camada pré-sal . Esta foi a principal conclusão dos participantes da audiência pública realizada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) na noite desta segunda-feira (29).

A audiência foi o 5º painel do ciclo de debates Agenda Desafio 2009-2015 - Recursos Humanos para Inovação e Competitividade, proposta pelo presidente da Comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL). O painel teve como título "Desafios, necessidades e perspectivas na formação e capacitação de recursos humanos para exploração, refino e distribuição dos produtos existentes nas reservas petrolíferas do pré-sal".

O primeiro a se manifestar foi o presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto. Ele afirmou que a metodologia utilizada pelo governo brasileiro para a formação dos recursos humanos necessários à exploração do petróleo do pré-sal é diferente da usual. Segundo ele, a partir do projeto estabelecido, o país tem procurado adequar a formação da mão de obra necessária, em tempo hábil.

Lima Neto também salientou a necessidade de se reforçar a expertise de empresas de engenharia no Brasil. Ele disse que o país já teve grandes e competentes empresas de engenharia, mas a atuação e competência dessas empresas foram diminuindo ao longo dos anos.

Em seguida falou Marcelo Taulois, diretor-presidente da Aker Solutions do Brasil, uma multinacional de origem norueguesa. Ele falou da grande dificuldade da empresa em obter mão de obra qualificada. Segundo ele, um engenheiro recém-formado leva cinco anos para ser preparado para atuar neste mercado.

A empresa, que tinha 350 funcionários em 2007, hoje conta com 850 e pretende chegar a pelo menos 1,2 mil em 2012. Taulois afirmou que 4% dos custos com funcionários da empresa no Brasil é gasto em treinamento, fato sem similar em suas filiais em outros países.

- A demanda é muito maior do que qualquer pessoa aqui imagina - sentenciou, estimando que 200 mil novos profissionais terão de ser qualificados nos próximos dois anos.

Outro problema enfatizado por Taulois diz respeito aos fornecedores. Segundo ele, a Aker Solutions do Brasil tem um grupo de 16 engenheiros para ensinar aos fornecedores - são 78 no total - como elaborar os produtos necessários à empresa, que fabrica, entre outras coisas, a máquina que fica no fundo do mar abrindo e fechando válvulas dos diversos postos explorados.

Fonte
Site: Agência Senado

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